Se há pessoas a quem nunca sabemos o que oferecer (para além da companhia claro) é aos avós. Se como eu, já não visitam os vossos há algum tempo, Domingo têm um excelente pretexto, pois é o Dia dos Avós dia 26 Julho. Perdi os meus avós maternos muito cedo, os que me acompanharam toda a vida foram os paternos, que eu AMO muito. Fui a sua 1ª neta, a princesinha. Sinto saudade das tardes de Verão na rede do quintal. Do tanque servir de piscina. De brincar às apanhadas com os primos e vizinhos. Das vezes que tocamos a campainha das casas a caminho da escola e a corrermos sem parar e rir à gargalhada. Da inocência. Da despreocupação. Da vizinha ralhar por lhe estragarmos as plantas. De querer lanchar bolachas e minha bisavó não deixar. De andar com o pé na terra. De colher fruta directamente da árvore. De regar o quintal. De colher flores. Das vindimas. De ter tempo para os visitar todas as semanas. Não há um Natal que não me delicie com os bolinhos de bolina da minha avó. Se há momento que me transporta para a minha feliz infância, é todos os anos o simples facto de trincar uma ameixa branca vinda do quintal deles e literalmente me sentir, ali, de novo uma criança. Por vezes precisamos de tão pouco para sermos felizes. Devo-lhes tudo, ou talvez não lhes deva nada, porque meu amor por eles é reciproco e no final de contas, há algo mais valioso do que o amor?

Quando ofereço um presente, gosto que a pessoa sinta que pensei nela e adoro personalizar esse momento, nem que seja com algo que não dispenso, fazer o próprio embrulho. Gosto que não se entenda logo o que poderá ser, aquela expectativa é sempre saborosa de apreciar. Claro que também ofereço coisas banais, mais materiais, mas adoro dar o meu toque especial, aquele toque que permite a quem está do outro lado ver que me dediquei, gosto muito de arrancar sorrisos. Tudo isto para vos contar o que, aliado a uns miminhos cosméticos, decidi oferecer à minha mãe no Dia da Mãe.